7 dicas especiais para quem sofre ao falar de finanças pessoais!
Eu sei que você não lembra, e eu também não, mas aprender a andar foi difícil quando você era bebê. Você caiu, bateu nos móveis, chorou… Mas aprendeu. Eu imagino que você tenha, anos mais tarde, desenvolvido a habilidade de andar de bicicleta, patins ou mesmo jogar bola. Muito provavelmente você caiu, ralou o joelho, chorou de novo. Mas mesmo que não tenha se tornado uma atleta, você aprendeu a se virar nessas modalidades.
E eu também imagino que você tenha passado pelas terríveis provas de final de ano da escola ou faculdade. Foram horas de estudo, de cansaço, de quem sabe, certo sofrimento por ter deixado sua família e lazer de lado nessa fase, mas você superou. Ficou claro aonde quero chegar, não é? Descobrir como lidar com suas finanças é só mais um dos aprendizados na nossa vida.
Separei algumas estratégias para ajudar quem não tem afinidade com o tema a tomar o controle da sua vida financeira (e sem sofrimento), afinal, ter o dinheiro como nosso amigo e parceiro é essencial para viver bem, não é?
1 – Se conheça
Acredite: muita gente tem medo de olhar o extrato de sua conta bancária. Também prefere não fazer acompanhamento dos gastos no cartão de crédito, vivendo no escuro até a chegada da fatura.
E ainda existem as crenças financeiras adquiridas principalmente na infância, e os gastos feitos por impulso, em momentos de alteração emocional, como tristeza, tédio, frustração, euforia e alegria intensa (sim, não estamos propensos a gastar sem pensar somente nas horas tristes. Momentos felizes também são gatilhos poderosos para o consumo). Por isso, nunca é demais dizer: o autoconhecimento é o mais importante.
Você precisa saber o quanto suas emoções podem estar impactando negativamente a sua vida financeira – esse passo é a base de todo o seu plano financeiro, não o subestime.
2 – Anotar pode ser chato, mas será a sua salvação
Como não controlamos o que não vemos, saber para onde exatamente está indo nosso dinheiro é fundamental. Nesse instante, pouco importa se a ferramenta escolhida é um aplicativo, uma planilha ou mesmo um caderno. O importante é que as informações fiquem claras e a ferramenta facilite a sua rotina.
3 – Feche os ralos
Após o mapeamento, abrimos as portas para o momento desejado por todos: ter mais dinheiro no final do mês.
Para isso, a orientação é cortar as despesas exageradas e negociar as despesas supérfluas. Um exemplo prático: sabe os 400 canais de TV disponíveis na plataforma de filmes, mas que só assistimos a 2, e os 600 minutos de voz de celular, mas que acabam não sendo usados porque ficamos em ambientes 100% wi-fi? São contas que podem ser adequadas ao uso real da família.
Não existe nenhum gasto que não possa ser revisto e eu sei que pedir cancelamento ou redução do plano é uma canseira. Mas R$ 10 aqui, R$ 15, ali, R$50 acolá podem significar uma viagem no final do ano. Mesmo que essa tarefa demande algum tempo e energia, vale a pena, certo?
4 – Aplique a regra 50/30/20
Essa regra é simples, e sem dúvidas, ajuda bastante quem não sabe por onde começar. Cinquenta por cento das receitas deve ir para as despesas fixas, 30% para as despesas variáveis e 20% para projetos futuros.
Lembrando que Despesa Fixa é como chamamos todas as despesas que não sofrem alteração, mesmo que não usemos o serviço por um momento. Aluguel, condomínio e mensalidade da escola são bons exemplos. Despesas Variáveis são aquelas que, mesmo presentes rotineiramente no nosso orçamento, têm seu total alterado de acordo com o consumo, como alimentação fora, compras e lazer em geral. E na “caixinha” de Projetos Futuros podem estar desde a viagem das próximas férias até como começar a investir para sua aposentadoria.
5- Escolha ganhar juros diariamente
A Poupança é o produto bancário mais querido do brasileiro, mas o que quase ninguém conta é que os valores depositados nela só rendem algum juro a cada 30 dias. É por isso que dizemos que a poupança tem “mês-aniversário”. Além disso, atualmente a poupança rende menos do que a inflação, o que quer dizer que sua rentabilidade não é o suficiente sequer para manter o poder de compra do investidor.
Há outros produtos no mercado que podem render juros diariamente, são isentos de IR e que oferecem a mesma segurança que a Poupança, um produto que claramente “parou no tempo” (momento curiosidade: a Poupança completou, em 2021, 160 anos de idade.)
6 – Se pague primeiro
A grande sacada aqui é não esperar sobrar dinheiro ao final do mês para só então, investi-lo. O raciocínio é simples: nunca sobrará. Para ajudar na disciplina dos aportes, característica imprescindível para um bom investidor, é preciso se pagar primeiro.
Isso quer dizer que assim que o salário for recebido, uma parte dele já será separada para os investimentos. De todos os conceitos de finanças pessoais, esse é o mais efetivo que pode existir.
7 – Controle o cartão de crédito
O cartão, de fato, não deixa com que você “veja” o dinheiro sendo gasto na hora. É muito diferente quando compramos coisas com dinheiro vivo, por exemplo. A psicologia econômica explica que analisamos muito mais gastos em dinheiro do que no cartão. Mas quem tem coragem de andar com a carteira recheada por aí?
Uma boa ideia é estipular metas de gastos semanais no cartão e se ater a elas. Se os gastos ultrapassaram o limite, o cartão fica em casa até o reequilíbrio financeiro. Se os gastos ficaram abaixo da meta, se permita uma pequena recompensa! Tome um café gostoso, tenha um momento de lazer e invista essa sobra, mesmo que pouquinho. Ganhar juros é sempre a melhor opção.
Como educadora financeira há quase duas décadas, eu sei como falar de finanças pessoais pode ser desconfortável por quem não tem afinidade com o tema, mas deixo uma palavra de apoio para esses casos: o passo mais difícil já foi dado. Não precisa sofrer – seu dinheiro é seu amigo e você merece viver uma vida financeira saudável e cheia de conquistas!
Beijos e vejo você no próximo conteúdo sobre finanças pessoais. Até mais!