Quatro investimentos de baixo risco (e o principal cuidado a ser tomado com eles).
Carol Stange por aqui para ajudar você com as suas finanças e hoje quero falar sobre investimentos de baixo risco que podem valer a pena para o seu Planejamento Financeiro.
Quando se quer investir as economias mas se tem medo de arriscar e perder dinheiro, o ideal é que toda a atenção seja direcionada para investimentos conservadores. Separei aqui quatro investimentos de renda fixa, caracterizados como baixo risco, para você conhecer e entender como eles funcionam. Ao final do texto, deixo um conselho baseado em tudo o que já vi, que eu garanto, vai fazer toda a diferença na sua vida de investidor.
Títulos do Tesouro Nacional
O queridinho nacional. Nessa modalidade, podemos dizer basicamente que o investidor “empresta” dinheiro ao governo e resgata, no vencimento, o valor aplicado acrescido de juros (o resgate pode ser feito também antes do vencimento, apesar de não ser indicado no caso de alguns títulos). O Tesouro é subdividido em três tipos distintos de investimentos:
Tesouro Selic, que tem liquidez diária, ou seja, você pode sacar a hora e o dia em que precisar, e seu objetivo é que o investidor mantenha seu poder de compra perante a inflação. Justamente por causa dessa característica, e por permitir compras com menos de R$50,00, o Tesouro Selic costuma ser indicado para a Reserva de Emergência.
Tesouro Pré Fixado. Nesse caso, o investidor já conhece a rentabilidade que irá ter no momento em que contrata o título. Essa rentabilidade se mantém, independentemente das condições do mercado; o que vale é o que foi contratado na compra do título.
Tesouro IPCA. Esse título oferece uma rentabilidade mista; uma parte fixa e outra variável. Por exemplo, 2% + IPCA. Isso significa que o investidor terá, ao vencimento do título, 2% de forma fixa mais o comportamento do IPCA, que pela oscilação, só será conhecido na data do resgate.
Os títulos do Tesouro Nacional são considerados “risk free”, o que quer dizer que são os títulos com menor risco do mercado. Para quem gostou da ideia, sugiro uma olhada no simulador do tesouro direto no endereço: www.simulador.tesourodireto.com.br . A plataforma é amigável e é possível facilmente fazer projeções de rentabilidade.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário é um dos investimentos mais conhecidos pelos investidores da renda fixa. Se no tesouro direto, o investidor empresta dinheiro ao governo, no CDB, ele empresta dinheiro à instituição bancária, e recebe, da mesma forma, juros por causa disso.
Esse investimento possui um risco maior se for realizado em bancos de menor estrutura, já que para captar mais investidores, essas instituições oferecem uma rentabilidade maior do que a oferecida pelos grandes bancos já consolidados no mercado.
Há a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que, em caso de quebra do banco emissor do certificado, garante até R$ 250 mil por investidor por CPF ou CNPJ, por conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$ 1 milhão a cada período de 4 anos. Mesmo assim vale a pena escolher CDBs de bons bancos e optar por produtos que ofereçam retorno de pelo menos 100% do CDI. Há pagamento de IR e o recolhimento é feito diretamente pelo banco ou instituição financeira.
Os títulos do CDB também podem ser pré fixados, pós fixados ou mistos.
Lembrando:
Os pré fixados são aqueles em que você já sabe, na contratação, quanto resgatará se levar o título até o vencimento.
Os pós fixados costumam estar atrelados a um indicador e pagam um percentual desse índice de referência utilizado – por exemplo, 120% do CDI ao ano.
Os títulos híbridos são os que possuem uma taxa de rentabilidade composta por duas partes: uma fixa e uma variável, como por exemplo, 3,0% + IPCA. Isso significa que ele renderá os 3,0% de forma fixa, mais o comportamento oscilatório do IPCA.
Fundos de Investimento DI
O terceiro tipo de investimento com baixo risco são os Fundos de investimento DI, que investem em títulos públicos e privados que acompanham o retorno do CDI. Eles são oferecidos pelas instituições bancárias há muitos anos e funcionam como um condomínio.
Explico: quando escolhemos morar em um condomínio, temos acesso a alguns benefícios e vantagens que seriam muito caros pensando de forma individual: piscina aquecida, academia, salão de festas e brinquedoteca, por exemplo. Ao fazer parte do grupo de moradores do condomínio, os custos, despesas e benefícios são compartilhados entre todos os moradores, tornando possível o acesso a uma vida com mais conforto.
Com os fundos de investimento, o raciocínio é semelhante: um único investidor precisaria de um montante volumoso para ter acesso a produtos diferenciados; já um grupo de investidores consegue ter acesso a esses produtos usufruindo não só da rentabilidade diferenciada como de taxas mais acessíveis, já que os custos são rateados entre os participantes do grupo.
O que deve ser lembrado é que o fundo é gerenciado por um administrador que toma as decisões de compra e venda e, logicamente, cobra por isso. Por isso, é importante considerar a taxa cobrada por esse administrador.
As taxas de administração variam muito: há fundos que cobram 0,15% ao ano e outros que chegam a cobrar mais de 4% a.a.. Embora não seja o principal elemento a ser analisado na hora de escolher um fundo de investimento, a taxa de administração é um componente importante na sua análise.
LCI e LCA
As letras de crédito LCA e LCI estão cada vez mais no radar dos investidores e costumam oferecer bons retornos a um baixo risco. Quando o investidor compra uma letra deste tipo, empresta dinheiro ao banco, que por sua vez o empresta em linhas de crédito do agronegócio LCA ou imobiliário, LCI.
A boa notícia é que essas letras não têm cobrança de imposto de renda para os investidores, desde que a aplicação seja feita por pessoa física. A rentabilidade e a data de vencimento são definidas no momento da compra, são ativos indicados normalmente para diversificação de carteira e ainda contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito.
Mas um ponto que merece muita atenção: ao investir em LCI e LCA, você não poderá resgatar antes do prazo estipulado. Ou seja, esses investimentos não são indicados para a Reserva de Emergência.
Sobre o grande cuidado que é preciso tomar com esses e todos os outros investimentos, é que se o investidor não souber ler e interpretar as letras miúdas e taxas, a rentabilidade pode ir embora diretamente para outros bolsos (Imposto de Renda e taxa de administração, por exemplo).
Outro ponto a ser considerado é a manutenção do plano. Já vi, dezenas de vezes, gente que se esforçou muito para poupar e até manteve certa periodicidade nos aportes, mas por não ter tempo, afinidade ou mesmo objetivos financeiros definidos, a disciplina e a motivação não duraram. Não deixe isso acontecer.
Se todos esses dados forem difíceis e acabarem sendo uma fonte de sofrimento, sugiro que você chame um profissional para te ajudar. Essa é, sem dúvidas, a melhor forma de investir com estratégia e inteligência financeira.
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo educativo sobre finanças pessoais e investimentos. Até mais!