Finanças para dois, por favor.
Chegando mais um dia 12 de junho e as dicas sobre viagens, restaurantes e presentes pipocam na internet. Na verdade, opções para comemorar a data é que não faltam! Mas o que me chama a atenção é a ausência de incentivos para que o casal fale de um dos temas mais importantes da vida a dois: as finanças.
Desculpe se pareço uma estraga-prazeres dessa romântica data, mas pense comigo: como haverão vários Dia dos Namorados a se comemorar se o casal não descobrir como falar sobre dinheiro na vida a dois? Para que esse seja o primeiro de uma série de Dia dos Namorados fantásticos, separei alguns pontos essenciais para que o casal construa uma relação sólida também nas finanças.
Não pode ser tabu
Não tem como começar diferente. É preciso falar sobre dinheiro de forma rotineira e não somente nos momentos tensos. Quando um dos cônjuges espera até o último minuto, e do seu discurso fazem parte as palavras juros, dívidas, cobradores e multas, fica muito claro perceber que as portas para os conflitos, julgamentos e acusações estão abertas.
Já, quando um cônjuge compartilha com o outro seus sonhos, suas expectativas e há o comprometimento de ambos em fazer com que a vida financeira a dois funcione, todo o cenário muda (e para bem melhor). Portanto, nada de evitar o tema. Finanças é apenas mais um dos assuntos que fazem parte do nosso dia a dia, mesmo que ainda na fase do namoro.
Cuidado com as omissões
Ninguém está mentindo, mas também não está contando a verdade? Cuidado. Tem até nome para isso:infidelidade financeira. A omissão de ajuda financeira à parentes, compras, dívidas (mesmo que pequenas) e investimentos do parceiro contribui fortemente para que os problemas financeiros sejam a segunda maior causa de divórcio no Brasil, só perdendo para a infidelidade conjugal, segundo pesquisa conduzida pelo SPC e Banco Central.
Combinado não é errado
O relacionamento evoluiu e chegou a hora de dividir o mesmo teto? A melhor sugestão é que o casal inicie a vida em conjunto já com a responsabilidade definida sobre o pagamento das despesas da casa.
Quem paga o quê e quem cuida de qual conta é essencial para que não hajam conflitos e pagamentos de multas e juros de forma desnecessária. Em geral, quem ganha mais, paga mais, e após o pagamento das obrigações, o casal pode decidir sobre seus gastos individuais – aliás, finanças em casal não significa que os cônjuges perderão a individualidade.
Esse processo de definição de papeis e responsabilidades acontecerá novamente em vários outros momentos marcantes da vida a dois: nascimento de filhos, aquisições de bens e crescimento profissional são apenas alguns exemplos de como as finanças têm “vida” e podem sofrer mudanças ao longo dos anos.
Objetivos para nós, para mim e para você
Poucas coisas são mais poderosas para manter um casal unido do que manter objetivos em comum. Sejam objetivos pequenos e baratos, ou caros e para longo prazo, não importa. Um casal unido em prol dos seus interesses, sabendo quanto economizar, poupar e investir, é imbatível.
Mas engana-se quem pensa que, quando falamos de objetivos, os interesses individuais devem ser descartados. Mesmo fazendo parte de um casal, cada cônjuge continua a ter seus próprios desejos e sonhos. E tudo bem com isso. Um curso, uma viagem, uma habilidade a ser desenvolvida… Nossos sonhos não morrem após o romance e cada cônjuge pode ser o maior motivador do seu parceiro para que ele se sinta realizado também nas suas próprias conquistas.
Por fim, eu não desejo que você tenha um bom Dia dos Namorados. Eu desejo que você tenha vários excelentes Dia dos Namorados, onde você e seu amor possam viver plenamente as alegrias da vida a dois, inclusive as financeiras. Boa comemoração!
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