“Estou endividado e não quero nunca mais passar por isso”. O que fazer para evitar novas dívidas?
“Ficar endividado e inadimplente não é fácil; receber ligações de cobradores, ter o nome registrado nos órgãos de restrição ao crédito e correr o risco de perder o veículo ou qualquer outro bem que ficou com o pagamento atrasado. Realmente um pesadelo…
E ainda tem o lado emocional: crises de ansiedade e distúrbio do sono são os danos à saúde mais frequentes na vida dos endividados. A melhor maneira de lidar com esse cenário é mudar alguns hábitos financeiros (e incluir outros na sua vida).
Separei a seguir algumas dicas capazes de ajudar você nunca mais a passar por isso.
1o Passo: Entendendo as dívidas
Se você está inadimplente nas contas básicas, como consumo (água, luz, gás e supermercado, por exemplo), provavelmente está pecando no básico das finanças pessoais vivendo em total desconhecimento sobre seu dinheiro.
Já, se você se endividou por causa de imprevistos que fizeram você gastar além do planejado, uma Reserva Financeira ajudará, como falo no passo 4. E ainda, se você fez dívidas por falta de controle na hora de comprar, chegou a hora de encarar suas finanças e criar consciência financeira; dinheiro é um bem finito e precisamos saber fazer escolhas com ele.
Para colocar os gastos sob controle, você não precisa começar com nada muito elaborado, mas precisa pelo menos saber o quanto ganha, o quanto gasta e para onde está indo seu dinheiro. Encontrar uma planilha amigável ou começar a usar regularmente um app para anotação das despesas pode fazer uma grande diferença.
Depois, é hora de estabelecer seus limites de gastos e estipular metas para outras despesas. Verdades sejam ditas: você vai perceber que o começo pode ser um pouco incômodo, já que trata-se de parar para registrar as despesas, fazer contas e mudar alguns hábitos, mas pense que toda saída da inércia é mais difícil. Com o tempo, o controle das finanças vai fazer parte da sua rotina.
2o Passo: busque um padrão de vida adequado à sua renda
Feito o passo número 1, chegou a hora de analisar seus números. Os gastos estão adequados ao seu salário? Quanto falta ou sobra ao final de cada período? Com quanto você já entra “devendo” todo mês, considerando as despesas fixas e parcelamentos realizados?
Para quem não sabe como começar, tenho duas sugestões:
1 – Dividir o orçamento doméstico em semanas, separando metas de gastos para esse período. É um bom jeito de controlar gastos e fazer remanejamentos mais rápidos, caso seja preciso.
2 – Usar a regrinha 50 – 30 – 20. Essa regra ajuda principalmente aqueles que não sabem por onde começar a dividir o seu orçamento. Simplificando, sugere-se dividir a receita mensal da seguinte forma:
- 50% do orçamento deve ir para despesas fixas, que são aquelas que têm seu valor fixo mensalmente, como aluguel, condomínio e mensalidades escolares;
- 30% do orçamento deve ser destinado para as despesas variáveis, que como o próprio nome diz, são as despesas que sofrem variação de acordo com o uso, como lazer, alimentação fora ou compras não essenciais;
- 20% do orçamento deve ir para investimentos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo.
3o. Passo: Planeje suas compras rotineiras
Comprar por impulso seguidamente, mesmo que sejam valores pequenos, pode ser um “buraco negro”, acredite. Se você gosta de tomar um café ou comer um lanche quando tem vontade ou comprar pequenos mimos para si ou para outros quando vê uma boa oportunidade, estipule metas semanais para esse tipo de gasto. Comprar não é pecado, mas se endividar por falta de planejamento, pode ser.
Outra opção é fazer todos os gastos em dinheiro. A psicologia comportamental explica que gastos feitos em dinheiro vivo causam “dor” e aumentam a consciência financeira, o que ajuda bastante no controle das compras por impulso. Comprar não é pecado, mas se endividar por falta de planejamento, pode ser.
Se você deseja ou precisa adquirir bens de maior valor, como um veículo ou um imóvel, o planejamento é ainda mais importante. Antes de aceitar uma prestação como companhia por longos meses, certifique-se de que ela cabe no seu orçamento e se faça algumas perguntas, como “é possível esperar e acumular recursos para comprar o item à vista, com desconto?”
4o Passo: Construindo sua Reserva Financeira
Se você fez dívidas porque passou por imprevistos que fizeram você gastar além do normal, chegou a hora de realmente começar a sua Reserva Financeira (também chamada de Reserva de Emergência), nem que seja poupando e investindo de pouquinho em pouquinho.
A Reserva Financeira serve justamente para evitar que, ao enfrentar acontecimentos fora do comum, dívidas sejam feitas por falta de recursos para pagar à vista. Além disso, essa reserva pode ser usada também para aproveitar oportunidades; sabe aquele curso que você sempre teve vontade de fazer mas acabava adiando porque era muito caro? Normalmente as empresas fazem descontos em datas comemorativas, como aniversário da empresa ou semana do consumidor, por exemplo. A sua Reserva Financeira pode ser usada para aproveitar esses descontos – não precisamos poupar só pensando em emergências ;).
Não tem segredo: para ter uma vida financeira saudável é preciso organizar as finanças, fazer um controle mensal, planejar novos gastos e se preparar para imprevistos (ou oportunidades). Esse é o início de tudo e deitar a cabeça no travesseiro sem precisar se preocupar com dívidas e cobradores não tem preço. Pense nisso e conte comigo nessa jornada.
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo sobre finanças pessoais. Até mais!