Sete passos para começar a investir (sem medo e jeito certo!)
Eu sei. Detalhar os tipos de investimentos e suas características não é um assunto tão palatável assim. Inclusive é nessa parte das minhas palestras que a maior parte das mãos se levantam quando faço determinadas enquetes que têm, curiosamente, suas respostas sempre começando com um “não”: “não sei como começar”, “não sei qual o melhor investimento”, “não tenho tempo”, “não consigo entender aquela sopa de letrinhas”.
Mas o que intriga é que essas mesmas mãos também se levantam quando pergunto sobre aqueles sonhos que temos, como fazer uma viagem bacana uma vez por ano, comprar um imóvel (ou reformá-lo), trocar de carro… Mas aí os inícios das frases começam com “eu queria”: “eu queria viajar com minha família”, “eu queria ter um carro“, “eu queria viver de renda“.
Mas pera lá. Se o “não” continuar emperrando o início da vida de investidor e os desejos se mantiverem no futuro do pretérito, sinto dizer que nada vai andar na vida dessa pessoa. Triste, não? Mas a verdade é que dificilmente alguém conseguirá alcançar seus sonhos, realizar seus desejos e construir patrimônio sem contar com a diversificação das fontes de renda através de uma boa carteira de investimentos.
Para descomplicar, separei aqui sete passos essenciais para um início como investidor sem medo e do jeito certo!
Passo 1: Começando pelo começo
Será que, quando falamos de dinheiro, você aceita os riscos da renda variável conforme acredita que os suporta? Será que você tem “estômago” para acompanhar as oscilações da renda variável e prefere mesmo abrir mão da segurança em troca da rentabilidade? Responder com sinceridade essas e outras perguntas ajudam a montar uma coisa chamada Perfil de Investidor e é esse mapeamento que aponta, dentre outras coisas, nossa tolerância ao risco.
Basicamente, há três perfis de investidor:
- Conservador
- Moderado
- Arrojado
Saber qual é o seu perfil (e refazê-lo com certa frequência) é primordial para que a experiência de investir seja prazerosa, e não fonte de angustia.
Passo 2: Não precisa inventar a roda
Não há mistérios aqui: os investimentos podem ser da Renda Fixa ou da Renda Variável. E pronto. Nada de inventar a roda ou complicar o que não precisa.
Na Renda Fixa, falamos de títulos públicos ou privados, que são considerados como um empréstimo do nosso dinheiro para uma instituição. Em troca, recebemos uma taxa de rendimento, definida no momento da compra, que pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida (uma parte pré e uma parte pós fixada ).
Os investimentos de renda fixa são:
- Tesouro Direto
- CDB
- LCI/LCA
- CRI/CRA
- LC
- Debêntures
- Fundos de Investimentos
Já a renda variável compreende investimentos da bolsa de valores. Não há, nessa modalidade, rendimento fixo e ainda é preciso ter muita consciência de que retorno passado não é garantia de rentabilidade futura. Todos os dias o mercado está sujeito às variações que refletem as expectativas dos investidores em relação às empresas e ao país. Da mesma forma que é possível ter rendimentos de 200%, é possível de 0%. O segredo aqui é não especular e investir em conhecimento.
Os investimentos da renda variável são:
- Ações
- Contratos futuros
- Commodities
- Opções
- Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs)
- Exchange Traded Funds (ETFs)
- COE
Passo 3: Olá, Reserva Financeira!
Mapeado o perfil de investidor e conhecendo os produtos disponíveis no mercado, chegamos à famosa Reserva Financeira, tão necessária para que saíamos sem grandes prejuízos ou traumas ao passar por imprevistos. Sinistro do carro, acidente doméstico, exames médicos inesperados costumam causar danos financeiros na vida de quem não tem nenhuma reserva de recursos.
Mas nem tudo resume-se à eventos desagradáveis quando falamos da Reserva Financeira. Tê-la também possibilita poder aproveitar oportunidades de compra de bens e serviços que encontram-se especialmente vantajosos, como, por exemplo, aquele curso que em apenas uma data específica do ano propõe um desconto significativo se pago à vista.
Passo 4: Dando match
Curto, médio e longo prazo. É basicamente assim que definimos nossos objetivos financeiros e eles precisam dar match (combinar) com os investimentos escolhidos. Antes de começar a investir, você sabe porquê quer fazer o seu dinheiro crescer? Parece uma pergunta muito sem sentido, eu sei, mas atingir a liberdade financeira, abrir o próprio negócio, comprar a sonhada casa própria, viajar mundo afora… Demandam estratégias de investimento diferentes, com prazos diversos e aportes de valores específicos para cada um dos objetivos.
Uma vez definidos os objetivos, é importante precificá-los, pois o próximo passo depende desses números.
Passo 5: Ah, a meta…
Objetivos definidos, chegou o momento de estimar o valor de cada um e ter uma meta a alcançar. Por exemplo, se você deseja comprar um imóvel de R$ 200.000 dentro de um prazo de 20 anos, será que é o suficiente poupar e investir R$300 por mês? Sem considerar os juros, pelo menos R$833 deveriam ser destinados para esse objetivo. Mas isso você só descobre se transformar o objetivo (desejo) em meta (valor necessário para conquistá-lo).
Passo 6: Não mire somente na rentabilidade
Sim, é isso mesmo. Não escolha o investimento analisando somente sua rentabilidade. Ela não é, definitivamente, o fator mais importante a ser considerado ao escolher seu produto e é, na verdade, uma consequência do risco que o investidor pretende assumir.
Produtos da renda variável oferecem possiblidades de retorno maiores, mas em troca, o investidor corre mais riscos. Já os investimentos da Renda Fixa têm uma remuneração mais comedida, porém em troca, dão mais segurança ao investidor.
Para ajudar na hora da comparação de rentabilidade entre produtos, lembre do tal “laranja com laranja, banana com banana”: é fundamental escolher produtos com características e riscos semelhantes, caso contrário, a comparação não será justa e a decisão sobre o produto certamente não será a melhor que poderia ter sido.
Passo 7: Tire o foco do hoje
Repita comigo: “longo prazo é o foco de todo investidor, longo prazo é o foco de todo investidor, longo prazo é o foco de todo investidor”. Sem essa de olhar só para o hoje; é o olhar focado no longo prazo que permitirá o investidor corra menos riscos, maximize ganhos e tenha uma vida mais tranquila quando não puder ser mais produtivo financeiramente.
Aliás, eu aconselho fortemente que você não dependa do dinheiro da previdência pública para se aposentar, e é uma boa ideia focar a parcela da sua carteira de longo prazo em produtos de baixa liquidez e alta rentabilidade.
Entender o passo a passo para começar a investir é fundamental para o futuro da sua vida financeira e tudo isso pode ficar bem mais fácil se você estiver ao lado de quem tem como missão descomplicar o mundo das finanças 🙂
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo sobre finanças pessoais. Até mais!