Como investir com pouco risco? Carol Stange Responde
Proteger o patrimônio e o capital aplicado ao mesmo tempo em que se ganha em rentabilidade é a meta de qualquer investidor, não é mesmo? A busca pela redução dos riscos é sempre intensa, não importa se estejamos falando da renda fixa ou da renda variável.
César, existem algumas maneiras de diminuir os riscos da sua carteira de investimentos. Separei aqui 4 pontos relevantes para esse objetivo:
1. Entenda seu perfil
Não só mapeie seu perfil de investidor como também refaça o teste com relativa frequência, como a cada 2 anos, por exemplo. Nós somos seres em constante movimento, logo, nada mais natural do que o nosso perfil de investidor também passar por mudanças. Para quem possui um perfil de investidor conservador são indicados investimentos também mais conservadores em ativos que oferecem, por consequência, um risco e uma rentabilidades menor. Quem não se importa em se expor um pouco mais ao risco em busca de melhores rentabilidades, como é o caso dos investidores moderados e agressivos, pode escolher ativos mais arriscados. Mas vale ressaltar que, independentemente da escolha, todo investimento possui riscos.
2. A segurança dos Títulos públicos e do FGC
Um dos pontos que ajuda o investidor a diluir os riscos da sua carteira de investimentos, é conhecer as diferentes opções no mercado. Os investimentos mais seguros que temos são os títulos do Tesouro Nacional. Esses títulos são emitidos pelo governo e são considerados como o menor risco do mercado.
Há também os investimentos garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC),se configuram como excelentes opções para quem deseja produtos mais seguros. Isso porque o fundo garante o montante investido em caso de falência da instituição bancária – desde que respeitadas as regras previstas.
Atualmente o FGC garante uma quantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição até um limite global de R$ 1 milhão, válido por quatro anos. Entre os investimentos segurados pelo FGC está a caderneta de poupança, as Letras de Câmbio (LCs), as LCIs e LCAs, os Certificados de Depósito Bancário (CDB), entre outros.
3. Entendendo o risco de investir em ações
Para quem gosta de pensar em ações mas quer eliminar o máximo possível os riscos, é preciso entender que esse mercado é bastante volátil e que o risco faz parte dele. Se torna inevitável que o investidor aprenda a lidar com as perdas e com as variações de preço inerentes dessa modalidade e mire sempre no longo prazo.
É possível, no entanto, diminuir os riscos de perder seu capital aplicado na renda variável realizando as escolhas certas. Antes de realizar seus aportes, procure estudar um pouco mais sobre o mercado e as empresas nas quais você pretende investir. Conheça os fundamentos da companhia, seus resultados passados e realize seus investimentos de maneira consciente. Não é possível prever o que virá a seguir, mas investidores bem preparados têm menos chances de fazer as escolhas erradas e perder dinheiro com seus investimentos. Não tem tempo ou tem medo de deixar passar alguma informação importante? Profissionais da área existem para auxiliar o investidor a alocar seus recursos nas melhores opções!
4. Diversificação: a melhor estratégia
A melhor estratégia para qualquer investidor se chama diversificação da carteira de investimentos. Na hora de escolher onde investir, procure diversificar seus aportes em diversos ativos – seja na renda fixa ou na renda variável, sempre respeitando seu perfil de investidor.
Grande parte do risco pode ser diluído colocando-se em prática a máxima que diz “nunca ponha todos os ovos em uma só cesta”. Mas não adianta sair distribuindo os recursos em vários produtos aleatoriamente ou com rasa análise, pois dependendo da combinação dos produtos, as chances de perda poderão ser potencializadas ao invés de minimizadas. Um exemplo prático para entender a diversificação seria escolher mais de um tipo de título público, mais de 5 fundos imobiliários, mais de 10 ações…
Por isso também é preciso entender que a diversificação não é indicada para qualquer montante.
O problema de diversificar com pouco dinheiro é a baixa rentabilidade e os altos custos. Por exemplo:
Se você possui R$ 1.000 e paga R$ 10 de corretagem para comprar 10 ações, você está perdendo 10% do seu capital somente com custos.
Isso significa que a sua carteira precisaria subir 10% somente para pagar os custos. Se você considerar também as corretagens de venda, sua carteira precisaria subir 20%.
Já se você tivesse R$ 100.000,00 e considerando as mesmas condições de compra das ações citadas acima, a carteira precisaria subir apenas 0,02% para pagar os custos de compra e venda nesse exemplo.
Quem tem até 10.000 reais para investir talvez seja melhor ficar na renda fixa em uma única aplicação até acumular dinheiro e conseguir chegar em um investimento melhor, mais tarde.
César, agora vou te contar uma verdade: eliminar o risco de um investimento é algo que nem os melhores estrategistas em investimentos do mundo conseguem fazer com maestria. Mesmo as opções mais conservadoras do mercado, como a caderneta de poupança, embutem um certo grau de risco – e quem viveu o Plano Collor sabe disso. Na ocasião, todos as aplicações superiores a 50.000 cruzados novos foram bloqueadas e parte delas não tiveram a devida remuneração. Ninguém acredita que outra situação como esta volte a acontecer mas momentos de crise, porém, crises fazem parte dos ciclos econômicos e os investidores devem se preparar para enfrentá-los.
Dividir, sempre que possível, suas aplicações entre duas ou mais instituições financeiras e apostar sempre em uma carteira diversificada, com aportes alinhados ao seu perfil é, sem dúvidas, a melhor maneira de diminuir o risco de perder seu capital aplicado, não importa se estamos falando do curto, médio ou longo prazo!
Um beijo e nos vemos no próximo conteúdo educativo sobre Finanças Pessoais e Investimentos. Até mais!
Carol Stange